sábado, abril 30, 2005


bye Xinha

quinta-feira, abril 28, 2005

UM FANTASMA NA AREIA

O rosto fechado
a alma aberta
e assm viajo

O que procura não dorme, há um marinheiro naufragado a contar ondas e o que o mar traz à praia. Uma flor molhada e morta, à deriva na areia, o sal preso às mãos, sabem bem as pétalas salgadas. A sombra negra dos remos corta a lua. Uma canoa vazia de gente. Os espíritos dançam no vento. São viajantes. As noites dão-lhes um secreto sentido. Fazem lápides no pensamento. Cantam. A velha canção de piratas. Eu sou aquele que os vê e dirijo. A mim. Que venham até esta estátua de maresia. A pele branca e imortal. Braços abertos a apontar, um o caminho por onde o sol se foi, outro o dia que há-de vir.

Quem aqui chegar e ver entre pégadas e pássaros parados, uma sombra altiva a guiar as estrelas, há-de perceber que nada a pode salvar. Não há bondade no envelhecimento do tempo. A noite é negra e o silêncio iluminado, crescem chagas na areia. Os caranguejos dormem ao contrário. Escondem-se do sol. Saem em romaria, atarefados, tropeçam uns nos outros, procuram prodígios de Deus abandonados pelas águas em constante marulhar.

És estátua cheia de febre. E aqui o destino te prendeu, imóvel companheiro de bichos. És a tua própria lápide, já estás morto e sabes. Diz-to a maré e o teu pânico de pedra. Tudo o que (não)vês acontece fora de ti; tudo o que (não) ouves fala de ti. Um anjo de sexo e osso, em pedestal amarelo. A resistir aos avanços da geologia e mesmo que mintas, que negues a evidência das horas, hás-de teres um último dia, o fim da areia será o da tua vida.
EMANUEL BENTO

quarta-feira, abril 27, 2005

ADITAS...



All Day I Think About Sex


bye Xinha


p.s. em género de adenda...

O amor

O amor não é algo que te faz sair do chão e te transporta para lugares que nunca viste.
O nome disso é avião.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que escondes dentro de ti e não mostras para ninguém.
Isso se chama vibrador tailandês de três velocidades.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que te faz perder a respiração e a fala.
O nome disso é bronquite asmática.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que chega de repente e te transforma em refém.
Isso se chama sequestrador.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que voa alto no céu e deixa sua marca por onde passa.
Isso se chama pombo com caganeira.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que tu podes prender ou deitar para fora de casa quando bem entenderes.
Isso se chama cachorro.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que lançou uma luz sobre ti, te levou para ver estrelas e te trouxe de volta com algo dele dentro de ti.
Isso se chama alienígena.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que desapareceu e que, se encontrado, poderia mudar o que está diante de ti.
Isso se chama controle remoto de TV.
O amor é outra coisa."

"O amor é simplesmente... o amor."

Desconheço o autor

terça-feira, abril 26, 2005



bye Xinha

Sogras...

O guarda manda o sujeito parar o carro.
- Seus documentos, por favor.
O senhor estava a 130 km/h e a velocidade máxima nesta estrada e 100.
- Não, seu guarda, eu estava a 100, com certeza. A sogra dele corrige:
- Ah, Chico, que e isso! Você estava a 130 ou mais!
O sujeito olha para a sogra com o rosto fervendo.
- E sua lanterna direita não esta funcionando...
- Minha lanterna? Nem sabia disso. Deve ter pifado na estrada...
A sogra insiste:
- Ah, Chico, que mentira! Você vem falando ha semanas que precisa consertar a lanterna!
O sujeito esta fulo e faz sinal a sogra para ficar quieta.
- E o senhor esta sem o cinto de segurança.
- Mas eu estava com ele. Eu só tirei para pegar os documentos!
- Ah, Chico, deixa disso! Você nunca usa o cinto!
O sujeito não se contem e grita para a sogra:
- CALA ESSA BOCA!
O guarda se inclina e pergunta a senhora:
- Ele sempre grita assim com a senhora?
Ela responde:
- Não, seu guarda. Só quando ele bebe.

segunda-feira, abril 25, 2005

Tribalismos

Para começar bem a semana!


bye Xinha

domingo, abril 24, 2005

A música na cabeça

"As mulheres são piores do que as víboras. Estas ao menos mostram os dentes e o veneno. As mulheres não, escondem sempre alguma coisa, têm sempre um trunfo na manga. Olha que sei o que digo. Tenho mulheres em casa e a minha mãe fala comigosobre estas coisas. Ela diz-me - e ela é mulher! - filho, nunca mergulhes de cabeça, põe sempre um pé atrás"!

(Há canções que nos perseguem. E nunca nos livramos delas. Agora ouço uma. Canta-a a capital do Tibete. Lhasa. Uma peruana que nem pertence ao SENDERO LUMINOSO. "MY NAME". Tenho-a ouvido loucamente. Já a sei de cor. A letra. Que é só letra. Os sons são chuva. O que piora tudo. Ninguém se esquece do som da chuva. Todos sonhamos com amor em dias de chuvas e quem o negar está a mentir. O Amor é líquido. Umas gotas de água no cabelo, uns lábios levemente molhados, as mãos alagadas na secura do corpo. E estamos perdidos de sonho. De amor).


(Já tive outras canções. É verdade. Com o tempo aprendemos a dominá-las. Cicatrizamos. A carne recupera, a alma procura a salvação em outros ritmos. Mas uma outra palavra viaja sempre com ela. Perdição.
Num tempo e nem era por amor. Era só mesmo dor. Dor elevada ao seu máximo. Dor que saia de mim e que voltava ainda mais forte do que havia saído. Num tempo ouvia Pinkk Floyd; Scorpions, Led Zeppelin e Madredeus.
Era um tempo de sombras e de terríveis prenúncios. Um tempo de incertezas. De espera. Um tempo que trazia a morte num número. Um tempo de clausura. Indefinida. Poderia ressuscitar ou não. E a música e as palavras faziam chorar. Ninguém via as lágrimas. Nunca as deixo que as vejam. Guardo-as nos óculos escuros. A roupa também era escura. As pessoas não falavam. E eu sonhava. Que nem elas nem eu existia. Sonhava ao som das músicas que ouvia. Debaixo da terra. Entre jornais que se abrem e se esquecem; entre olhares que não se olham, entre palavras que morrem na boca. Eu sonhava e a minha cabeça dançava)...


Não sei se ele existe. Sei que vive nesta rua onde me escondo. Fiz-lhe uma casa e uma família. Dei-lhe um pai e uma mãe. Irmãos e irmãs. Mas não lhes criei o direito á felicidade. Só deixei desgraças naquela casa. Um irmão paraplégico. Uma irmã enganada por uma sobrinha a viver debaixo do mesmo tecto. Outra sobrinha. Desaparecida. Longe da família. Dei-lhes nomes a todos. Até aos cães. E são tantos, pra que ladrem noite fora a importunar o silêncio. Uma avó. Uma igreja protestante ao lado. Desejos proibidos com Deus a assistir. Pássaros presos. Olhos a voar. Carne e ossos a sofrer. Árvores exóticas a alegrar alguns dias. Uma colecção de revistas pornográficas. Tânias. Ginas. Cláudias. Um homem sem saber o que é uma mulher anos a fio. Tudo isto e mais fiz àquela casa. Uma casa a poucos metros da minha. Todos incrivelmente disfuncionais. Ao pé deles os SIMPSONS são anjos na Terra. E talvez por tudo isto tenha sabido tão bem ter ouvido esta frase: Emanuel, uma mulher assim é o euromilhões do euromilhões...


Fomos tomar um café. Até fiquei espantado que atendesse. Raramente o vejo. Passo meses sem saber dele. E contudo a ficção mora logo ao lado. Basta descer uns metros. Atendeu. E aceitou o convite. Não precisamos de falar. Chega perfeitamente estar ao lado e nada dizer. Olhar. Quem sabe olhar, a si se vê. Seja no espelho ou nos gratuitos sorrisos que a noite traz. 3 ponchas e 3 uísques. Até chegar alguém e a carne se fazer palavras. Mas não queria ouvir. Apenas ver. Tudo o que ouvia era uma canção. Que toca agora, que toca amanhã e depois. Afinal, nada (mais) há do que a tristeza, tristeza que convém à minha imensa tristeza. Mais duma vez me pediu lume; mais duma vez me sorriu, mais duma vez a minha boca não se abriu. O gesto foi perfeito. O isqueiro levado à altura da boca, pra que os olhos não se baixem, pra que os olhos possam ver os outros que os vêm. Mecânico. Como se nada fosse ou contasse. A música. O músico. Os olás e os adeus(es). A cabeça far and away. O carro velho. A pizza e o vinho (alentejano). O último cigarro. A certeza de que quase todos já esqueceram o que é amar. E por isso, tão-poucos amam ainda. Como deve ser: com o coração nos olhos e na boca. E feliz de quem o tiver onde digo. Porque eu sei onde está o meu e onde quero que fique!
EMANUEL BENTO
PS: Acreditem que estou sóbrio!

sexta-feira, abril 22, 2005

CARTA A UMA (MÁGICA) PALAVRA!

Funchal, 22 de Abril de 2005,

Uma palavra. A primeira. Com ela tudo começa. Assoma à porta e chama as outras. Acena, grita, baila, canta, seduz, proibe, expulsa. Não há ideias em mim. Apenas palavras. Nomes. Divididos em categorias. Pequenos, médios e grandes. Conhecidas e desconhecidas. Inventadas e por inventar. Assim são as palavras. Assim me encantam elas.
Nunca penso no que escrevo. Vai-se fazendo. Umas vezes depressa,outras devagar. As palavras. Estas e todas. Respiram, ofegam, explodem, as palavras. Estas e todas as outras. As mortas e as vivas. Palavras, vagas, duvidosas. Precisas, específicas. Subtis, pesadas. Falsas, verdadeiras. Vãs, objectivas. Tristes, alegres. Palavras sem fim. Palavras dentro de palavras. Milhões de anos a falar. Os mortos ainda falam. Nas palavras. Os vivos já se sabem mortos. Nas palavras.
Palavras de amor, de ódio. Palavras cheias de tudo e de nada. Palavras cheias de mim e de ti.
Cada uma é infinita. Uma palavra é uma ilha, um continente, um satélite, planeta, uma estrela, uma galáxia, uma nebulosa, um universo (um buraco negro, que tudo devora).
As palavras são negras, brancas, azuis, amarelas, vermelhas, verdes, castanhas, cinzentas, mas apenas tu és VIOLETA...
Esta é a palavra mágica - onde tudo começa e acaba, CENTRÍPETA - nela assentei todas as outras; nela cumpro o meu destino: de nunca a esquecer, mesmo nos dias em que me ausento do mundo...
EMANUEL BENTO
PS: Porque sou um homem de palavra (e de palavras)...

quinta-feira, abril 21, 2005

O fim-de-semana está a chegar...



bye Xinha

E agora?

quarta-feira, abril 20, 2005

O indivíduo chega em casa de mansinho e olhando pelo buraco da fechadura do
quarto, vê a mulher dele na cama com outro...
Tirou o revólver da cintura, armou o gatilho e então já ia entrando no
quarto e metendo bala nos dois, quando parou para pensar e foi percebendo como a sua vida de casado havia melhorado nos últimos tempos. A esposa já não pedia dinheiro pra nada, nem para comprar vestidos, jóias e sapatos, apesar de todos os dias aparecer com um vestido novo, uma jóia nova ou uma sandalinha da moda. Os meninos mudaram da escola pública do bairro para um colégio super chique. Sem contar que a mulher trocou de carro, apesar dele estar há quatro anos sem aumento e ter cortado a mesada dela. E o supermercado então nem se fala, eles nunca tiveram tanta fartura como nos últimos meses. E as contas de luz, água, telefone, internet, telemovel e cartão de crédito fazia tempo que ele nem ouvia falar delas. E a mulher era mesmo um avião, uma mistura de tiazinha com Vera Fisher, temperada no caldo da Feiticeira.
Coisa de louco.
Guardou a arma na cintura e foi saindo devagar, para não atrapalhar os dois.
Parou na porta da sala e disse pra si mesmo:
O cara paga o aluguel, o supermercado, a escola das crianças, as contas da
casa, o carro, o shopping, todas as despesas e eu ainda vou para cama com ela todos os dias...
E fechando a porta atrás de si, concluiu:
PORRA! O CORNO É ELE !

terça-feira, abril 19, 2005

Inside the Ice Cave...


... or not

bye Xinha

Aqui estou eu!

Pois é ...convidaram-me! Agora aguentem...

Hoje de manhã acordei com uma sensação esquisita na minha conchinha...tipo uma comiçhão...
Não tive meias medidas...como o vibrador avariou ( tal não é o uso) lembrei-me...e que tal uma cenoura??!!
E pronto agarrei na cenoura coloquei-lhe um preservativo e voilá...fiquei ali até que a vontade louca de estar com alguém passasse ( isto de não ter gaijo anda a dar-me volta á cabeça)...
No final fui tomar banho, vesti-me, peguei no carro e vim a comer a cenoura pelo caminho
Que belo pequeno almoço!!
Tenham um óptimo dia.

segunda-feira, abril 18, 2005

Estou aqui, também! Fui gentilmente convidada pelo Albatroz e aceitei, para desgraça dele e do 100stress. Seja o que os deuses quiserem.

Nunca mais é sexta...



bye Xinha

domingo, abril 10, 2005

Para começar bem a semana...



bye Xinha

quarta-feira, abril 06, 2005

Brincadeira

terça-feira, abril 05, 2005

Procura-se título

A distância só mata
(a alguns)
quando faltam as palavras
ao se deixar de acreditar
que são sagradas


Antigamente amava-se
em cartas perfumadas
e lacrava-se o amor
para que não se perdesse
ou que mãos gulosas
roubassem as lágrimas
no final de cada frase

Iam cheias de lágrimas
as palavras de então
mas chegavam cristalizadas
no tempo que demoravam
faziam-se pérolas

Olhos ávidos devoraram
as sílabas tónicas
saboreadas nos lábios
o perfume guardado
no bolso do casaco
promessas a manter
vivo o coração
as pernas a tremer
a porta fechada
passos no corredor
uma carta que se esconde
e que se relê
(REPETIDAMENTE)


Hoje ama-se com smileys
coloridos e divertidos
sorriso aqui, beijo acolá
explode o amor em janelinhas
e tudo se diz como se nada fosse
nada é sólido e o ar o que leva
derrete entre duas ou três idas
(À RETRETE)

Não há paciência pra esperar
o amor vai ao lume
um pudim instântaneo
prepardo ao gosto do freguês
Chocolate, baunilha, caramelho
a boca falsamente doce
uma digestão que nem o chega a ser

Eu não sou assim, ainda que o pareça
e todos parecemos iguais
assustadoramente iguais
desapaixonadamente iguais
tristemente cibernêticos

Gosto ainda de afiar o lápis
de cortar a ponta obliquamente
para ficar aguda e cortante
como as palavras que trago presas
e de escrever em papel quadriculado
e se soubesse fazer desenhos
fazia

Os meus desenhos
geométricos
cubos e quadrados
flores sem cor
pássaros em V bem aberto
homens e mulheres
esguios
que se distinguem pelo cabelo
eles nunca o têm
e elas têm sempre muito

Mas para assim amar
precisa-se destinatário
alguém a quem enviar
o nome de todas as plantas
que tenho no jardim
e descrever as horas
que fiquei deitado
numa estação de combóio
a assobiar para me manter
ACORDADO

Ou aquela vez em que saltei
a porta do manicómio
num fato de treino amarelo
que mais parecia uma pijama
e um livro de contos russos
debaixo do braço

Não Não estava louco
nem agora o estou
ainda que todos o digam

E se estiver melhor assim
que seja e esteja louco
LOUCO DE AMOR
Pois bem e que tu estejas
também
se souberes e quiseres
cavar um buraco na terra
e deitar palavras
todas as palavras
as que mais gostarmos
e outras que inventarmos
enquanto esperamos que brotem
de lábios saciados
não em nós nem de nós
mas de figos brutalmente maduros
e cheios de mel

EMANUEL BENTO
NB: Este poema não tem título. Aceitam-se sugestões, ainda que só uma delas verdadeiramente conte...

Bem...

Parece-me que arranjei um fan...

bye Xinha

Gatinhos para todos os gostos







É só escolher!! ;)

bye Xinha

sexta-feira, abril 01, 2005

O verdadeiro Gigi

Após uma longa pesquisa no google descobri o verdadeiro Gigi e a sua marreta também.