quinta-feira, março 31, 2005

Pergunta do dia... ou melhor... da noite

Depois de uma apurada reflexão sobre nenufares e gajos bons no inferno... há uma pergunta que assola a minha mente....


OS ANJOS TÊM SEXO??




bye Xinha

quarta-feira, março 30, 2005

Conversas de Doidos

Alguém me sabe dizer o que as seguintes palavras têm em comum?

Rinoceronte
Marreta
Chicote
String
Pintas
Algemas
Elefante
Porcelana
Avestruz
Nenufares
Zebras
Desabrochado

Bem... se se for um bocadinho habilidoso até se pode fazer uma frase com elas:

O que faz um rinoceronte desabrochado com um string de porcelana às pintas saltar de nenufar em nenufar com uma marreta na mão?

Se quiserem podem responder à minha pergunta ou formar as vossas frases com as palavras tão giras e contextualizadas que vos foram apresentadas aqui!


bye Xinha

terça-feira, março 29, 2005

Leitura Pascal

Há um papel aberto na mesa. Branco mas com um nome quase amarelo. Papel-manteiga. As mão desenham com cuidados. Uma beira de flores. A lentidão das mãos para que cada flor saia igual a anterior. É um trabalho moroso. Com uma paciência que só as mulheres a têm.
Falta ainda picar todo o desenho, cada pétala, cada curva da natureza será furada. Segue-se o uma junção tóxica. Anil e petróleo para dar uma nova vida ao desenho.
No pano em que as mãos que o desenharam o vão completar. A agulha numa mão a linha na outra. Entra à primeira. Anos e anos de prática levam à perfeição.
As linhas são pardas e o desenho cobre toda uma mesa. As linhas são pardas e o desenho leva semanas a fazer. As mãos hoje já bordam pouco e os olhos estão cansados.
E assim de faz um bordado. Dia a dia numa cadeira de vimes. Quase sempre em solidão. A ver o dia a passar. Por vezes o telefone toca e a tecidura pára brevemente. Outras vezes batem à porta. É outra cara da mesma geração a querer matar a solidão. Sentam-se, bordam e falam, sobretudo do que passou, mas nunca deixam de olhar em frente.
Sempre me fascinaram as mulheres por isso. Olham sempre em frente, com uma noção progressiva da vida.
Hoje não há conversas dessas. Mas há uma criança de 10 anos a ler OS NOIVOS. Mazzoni em tão tenra idade não deve fazer mal. A mim não me fez (ou terá feito e sou assim por isso mesmo?!)Lê as peripécias de Milão e o amor de Lúcia e Renzo em voz alta, como antigamente. De vez em quando pára e pergunta o que quer dizer uma palavra. Eu respondo. Explico cuidadosamente o que quer dizer. Sei que lhe é impossível ler as quases 600 páginas nestas breves férias pascais. Dei-lhe até ao final do ano lectivo. É melhor levar algum tempo, melhor castigar devagar do que duma vez só.
E quando chegar ao último dia de escola quero que a minha sobrinha acredite que o amor e a felicidade são possíveis, nem que seja nos livros. É isso.
EMANUEL BENTO
NB: Já sei que vão dizer que nenhum ser humano normal "obriga" uma criança de 10 anos a ler uma obra destas. Discordo. Por não lerem nada é que nada sabem...

domingo, março 27, 2005

Bom Domingo

Com muitos chocolates!

sexta-feira, março 25, 2005

DIA/NOITE MUNDIAIS DAS PUNHETAS

Hoje em dia há dias para tudo, como se não bastasse haver já Domingo, Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta e Sábado. E depois também há as noites. Noites de Sexta-Feira e Sábado com a malta toda a sair de casa pra tomar uns copos ou ir, simplesmente, ao cinema, entre a profusão de jantares de amigos e pseudo-amigos e estranhos conhecidos...
Depois pra quem é casado ou vive em pecado (sempre gostei mais desta definição), há também o dia de visitar os sogros ou os familiares, que a morte demora a chegar e não leva esta gente inoportuna toda duma vez. Pelo meio há os dias de ir ao hipermercado encher a dispensa, levar os filhos ao médico ou nós próprios que não somos de ferro e acabamos por ter falhas de funcionamento ao longo da vida (era tão bom um gajo ser cibernético, mesmo que tivesse um prazo de validade como as latas de atum. Ao menos, enquanto cá andasse não sentia nada e podia cometer excessos todos os dias sem sentir o corpo e as suas partes a reclamar).
Também há os dias de ir à Escola, pra quem tem filhos (sempre disse que para mal do Mundo, não iria deixar nenhum testemunho genético da minha breve passagem pela Terra. Percebo aqueles que entendem um filho como um "EXEGI MONUMENTUM", mas eu próprio sou o meu monumento) ou de os levar a não sei onde, que eles têm vida e autonomia que interfere com a nossa...
Depois há os dias de casamentos, baptizados e de visitar não sei quem que já não vemos há não sei quanto tempo e que até nos dava uns sorrisos, partilhavamos alguns pensamentos mais ou menos estruturados e íntimos.
Ou seja: um gajo quase que não tem tempo pra poder estar consigo próprio, sossegado e em silêncio. E quando lá descobrimos uma nesga de tempo pra não fazermos que não seja ouvir o silêncio, lá vêm as Televisões e os Jornais lembrar que hoje é o DIA DA POESIA ou o DIA DA ÁGUA. E quando não há um destes dias, eles lembram-se logo de assinalar qualquer coisa, seja o 11 de Setembro, o 11 de Março ou a chegada da América à Lua.
E ninguém fica incólume a estes dias todos. Nem eu. Por isso decidi criar um Dia. O DIA/NOITE (que comigo isto tem de ser sempre a abrir) da MASTURBAÇÃO. Ainda estou reticente em empregar o termo DIA/NOITE DA MASTURBAÇÃO ou DIA/NOITE DAS PUNHETAS. Prefiro a segunda versão, por mais ordinária, evidentemente. Nestas coisas os termos clínicos não provocam tesão. É como um gajo dizer à gaja que está À SUA FRENTE de joelhos: QUERIDA CHUPA-ME O PÉNIS TODO ATÉ AOS TESTÍCULOS. Quer dizer, não dá, parecemos uns médicos ou sociólogos a falar. O que provoca mesmo ardor no cerébro e no corpo é dizer: QUERIDA CHUPA-ME O CARALHO TODINHO ATÉ AO FIM, TOMATES E TUDO, TU BEM SABES QUE GOSTAS...
A MASTURBAÇÃO deve ser assinalada mundialmente. Calculo que não haja um estudo sério sobre este riquíssimo tema mas aposto a minha alma que por dia/noite uns bons 30% da população mundial bate umas valentes PUNHETAS (PENA ESTE TERMO SER TÃO MASCULINO, sendo que elas também não fogem a esfregar loucamente o grelo, havendo umas que ainda vão mais longe enfiando uns dildos e afins na CONA.
E por causa da importância que têm para os equilíbrios/desiquilíbrios psíquico-físicos que esta individual prática acarreta, sincermente acredito que o "KOFI ANÃO" deveria propror a instituição deste dia já agendado pra a reforma da ONU.
Mas, enquanto a ONU, via OMS, não se DECIDE nós portugueses deveriamos dar o exemplo, tal como o fizemos quando demos «NOVOS MUNDOS AO MUNDO».E por causa da minha grande experiência e vasto currículo nesta matéria (sou capaz de bater 4 punhetas por dia, ainda, e já passei dos 35) proponho que me convide pra presidente do Comité de Festas do DIA/NOITE DAS PUNHETAS. Vá toca a levantar o mastro...
EMANUEL BENTO
PS: Prometo pra breve uma Poema sobre a "ARTE MASTUBATÓRIA"

quarta-feira, março 23, 2005

Aculturação...



terça-feira, março 22, 2005

Hoje estou assim....



bye Xinha

sábado, março 19, 2005

Pour toi!

No canto da boca
uma palavra se esconde
guardada

Quem a procura enlouquece
se não a encontrar
debaixo duma pedra
ou nas asas do vento
disfarçada de pássaro
porventura poderia estar
mas não há forma de a achar

Dela todos falam
uns mais do que outros
é certo
e em várias línguas
a ver se melhor a podem invocar

De Deus ninguém pode reclamar
veio em igual quantidade
para toda a humanidade
e não existe alma que não diga amar

Entanto na terra frio
parece sempre o amor do céu
quando se sabe demasiado humana
a palavra sonhada e procurada
Uma palavra em feitio de pessoa amada
EMANUEL BENTO
NB: Voltei aos poemas. E este tem dedicatória especial mas que aqui não se revela. A ausência tem destas coisas...

quinta-feira, março 17, 2005

Hoje...

O Albatroz tem algo muito importante para fazer...

Por isso Boa Sorte, Albatroz!!

p.s. a imagem é um símbolo de boa sorte... acho...

bye Xinha

quarta-feira, março 16, 2005

Bolo de Aniversário

Deixo aqui um bocadinho de bolo do meu aniversário a todos os que passarem por aqui!

Espero que gostem!

bye Xinha

terça-feira, março 15, 2005

Era uma vez na Sicília

Uma vez conheci um anão indeciso e cheio de dúvidas metafísicas. Foi em 1477, viva então em Londres onde hoje fica a Trafalgar Square. Nessa época, era uma zona mal afamada. De noite por ali paravam putas e ladrões, charlatães e fácinoras de toda a espécie, feitio e tamanho.
Era um anão soturno como o são quase todos. Entre um caneca de cerveja morna e um par de arrotos, o pequeno ser costuma dizer alto e em bom para que toda a gente ouvisse que os anões são trágicos e os duendes mágicos.
A tragédia dos anões começa exactamente pelo seu aspecto físico. São todos horrívelmente feios. Nunca ninguém viu um anão bonito. Pelo menos nesse tempo assim era. Normalmente são vesgos e desdentados, com unhas sujas que recordam a sua origem. As profundezas da terra. O interior das montanhas, as suas grutas e cavernas são a maternidade destes pequenos monstros. E era este seu aspecto monstruoso que fazia com que toda a gente os achasse demoníacos.
Na taberna que frequentava, o "The Evil Giant", frequentemente os bêbados mais corajosos e corpulentos obrigavam o pobre anão a dançar e cantar qual bobo da corte, a troco dumas cervejas quando estavam mais bem dispotos ou, então, à força de tabefes, pois um anão sempre apanha e cala sem reclamar...
Mas este anão era especial. Não era tão feio quanto a maioria dos seus companheiros. Tinha uma pequena barbicha e num dia de alguma neblina inglesa - o que até sucedia com frequência - passava bem por uma pessoa mais pequena, daquelas que não crescem muito não deixando, todavia, de ser gente.
Além do mais, era um anão dado às palavras. Fora bobo da corte numa ilha do Mediterrâneo, falava fluentemente várias línguas, incluindo Latim e até tocava rabeca.
Nesses tempo, monarca, príncipe, duque, conde, barão ou senhor feudal que se prezasse tinha sempre um anão no seu castelo pra ser a voz da verdade.
Só os anões podiam dizer quase tudo o que lhes apetecesse sem serem degolados ou, na pior das hipóteses, acabarem pendurados nas masmorras...
Mas este anão por ser quase humano julgava que podia ser mesmo homem. E foi essa a sua perdição, ao que me contou, uma noite, a chorar depois de mais uma sessão de cervejas e palhaçadas...
Corria o ano de 1475, no Reino da Sicília quando numa noite de grande folguedo e deboche na corte do Duque de CORNOLEÃO o anão se apaixonou perdidamente por uma jovem senhora. Belíssima ela. Branca e loura, qual soneto de Petrarca e até se chamava Laura. Seios redondamente opulentos e caracóis louros e luminosos a cairem-lhe pelas costas abaixo.
No seu vestido vermelho e decote generoso, Laura irradiava magia e mil e uma noites de perdição. E quando o anão lhe passou pela frente a fazer truques e malabarismo vários, riu tanto que os seus cabelos cegaram de paixão o nosso bom e pobre artista.
Durante o resto da noite, o anão não deixou de a olhar e desejá-la. E para seu espanto, Laura até lhe retribuía com sorrisos e lábios em forma de carnudos morangos.
Toda a gente já dormia, de cansaço e da bebida. Em cima das mesas, entre restos de comida e taças derramadas ou no chão da sala de baquentes junto à enorme lareia os corpos amontoavam-se e o ressonar invadia o silêncio das muralhas.
Quase se engasgava ao sentir outra vez os longos caracóis diante de si. Acordou sobressaltado o anão e deixou-se guiar pela mão que o levava. Pararam ao pé duma porta. A enorme cama assustou o nosso anti-herói. Para subir nem de escada. Foi preciso as mãos delicadas de Laura o puxarem para cima e pô-lo deitado ao seu lado.
As mãos de Laura voltaram a tocá-lo. Desta vez não pra o acariciar mas sim pra o despir. E lá ficou envergonhado e pouco abonado - era igual ao duma criança bebé - a olhar aquele voluptuoso corpo cujas pernas abertas o chamavam.
Por mais caricias e beijos que lhe dessem, o tamanho não passava do que estava destinado a ser. Praticamente inexistente. Nem cógecas fazia e Laura ardia de desejo.
A solução encontrada foi enfiar a cabeça do anão entre as pernas e quase o matar de tanto esfregar. O pobre do anão quase que morria sufocado por tanta loucura. Ela suspirava e gritava; o anão murmurava qualquer coisa que não se percebia e aquilo continuou por longos minutos, as pernas cada vez mais tensas a apertar-lhe a cabeça, as mãos a empurrarem a boca mais para baixo. Finalmente, veio a calma e a apatia. Laura empurrou-o para fora da cama e ordenou-lhe que fosse e que nunca mais a olhasse.
E foi na madrugada seguinte, que o anão deixou o castelo, ciente de que nunca poderia ser gente.
Dança agora anão e canta pra gente. Dança agora e canta, que te pago uma cerveja...
EMANUEL BENTO
NB: Que querem?! A esta hora não dá pra mais...

segunda-feira, março 14, 2005

FELIZ ANIVERSÁRIO ALBATROZ!!!

Apeteceu-me partilhar isto convosco:

Pipi: s.m. children's name for chickens or pullets

in dicionário de Português-Inglês

bye Xinha

domingo, março 13, 2005

Hoje apercebi-me de algo perturbador... ou não...

Apercebi-me que o boneco da Contra Informação da Manuela Ferreira Leite é bem mais bonito que ela...
bye Xinha

sábado, março 12, 2005

O Pôr do Sol

Fomos ver o pôr do sol. Mesmo onde ele se põe. Na extremidade oeste da ilha. Eu e o Jorge. Num carro velho a cair aos pedaços. Quem nos visse e só reparasse no Renault 5GTR pensaria que eramos assaltantes em missão de reconhecimento.
Creio que foi isso que me disseram os olhos do dono do famoso restaurante, O TOSCO, onde encomendei o prato que deu nome e gente à casa. Bacalhau acompanhado de batatas com casca e salada.
Era preciso fazer reserva, disse-me ele, a avaliar se a minha carteira podia pagar. Fiz a encomenda sublinhando que lá estariamos às 19:30 e que, entretanto, iriamos ver o pôr do sol da Ponta do Pargo e que talvez se fosse tão belo quanto o pintavam até nos atiravamos pela encosta quais Ícaros. Reserve então o Bacalhau. Emanuel Bento. E metemo-nos na estrada outra vez.
As ilhas são microcosmos espantosos. Então não é que o Jorge, retornado, e já com 30 anos de Madeira nunca tinha passado além de 30km fora do Funchal.E foi aos seus 42 que o levei a ver as falésias onde acaba a ilha e começam os sonhos dos homens.
A Casa de Chá O FIO estava deserta. Bebemos chá de Camomila, faz bem à Saúde, justiticou-se assim a escolha. Pedi um mapa ao balcão pra lhe mostrar onde nos encontravamos. Fomos a seguir ao miradouro e as escarpas são mesmo sublimes. Cortadas a pique, imensas e assustadoras. O abismo a desafiar-nos, a chamar, a olhar sedutoramente.
Em baixo, junto ao mar, uma velha casa em ruinas, com duas palmeiras a enfeita-la. Antes as pessoas desciam a pé para cultivar aqueles terrenos, expliquei-lhe, e havia um fio com roldanas com que traziam o que a terra dava e o mar não levava.
Há dois anos que o Jorge não fuma, ele que tanto fumegava. Acendi um ou dois cigarros e deixei os olhos irem longe até ao último clarão de sol. Alaranjado e entontecer todos os sentidos.
Voltámos ao carro. Não haviamos almoçado e o estómago clamava pelo Bacalhau. Os 60 minutos que faltavam fizeram-se rápido. Pelo caminho ainda o ouvi dizer quanto queria comprar um pequeno terreno e uma velha casa para reconstruir com as suas próprias mãos. O Jorge tem toda a inteligência nas mãos. É capaz de desmontar e montar qualquer coisa. Por vezes desconfio que ele se desmonta e que passa dias assim desmontado, a hibernar, até voltar a fazer a montagem. Só pode. De que outra maneira explicar que raramente o veja, ainda que ele viva a menos de 50 metros da minha casa.
O homem perguntou-nos onde queriamos comer. Dentro, dissemos, está mais quente. Só havia uma única mesa ocupada. Uns engenheiros dumas firmas de construção civil em conversa nitidamente conspiratória. Quando entramos e nos sentamos a conversa terminou. Um deles, que me conhecia por questões profissionais, disse: O DIÁRIO está aqui, boca calada. Retorqui que estava de férias e que podiam falar à vontade. E foi engraçado ver o que já adivinharam. Mal o dono do restaurante ouviu dizer que era jornalista do mais importante jornal da ilha foi todo mimoso e atencioso.Também pudera, custou 80 euros o jantar, com vinho incluído, era o que faltava o gajo não ser delicado, fossemos nós pretos...
EMANUEL BENTO
NB: Como vêm, não havia hoje grande imaginação, paciência, é o que há!

sexta-feira, março 11, 2005

Hoje apetece-me fazer sorrir! II :)

FESTA DE ARROMBA
O menino pergunta para a mãe:
- Mamã, mamã! Por que é que tu és branca, o papá negro e eu
sou chinoca...
- Ah, meu filho! Se soubesses a festa que houve naquele dia... devias
estar contente por não ladrar!

bye Xinha

Hoje apetece-me fazer sorrir! :)

NO BANHO
Um miúdo de três anos, nú no banho, examina os seus testículos...
- Oh mamã, isto são os meus miolos?
- Ainda não, querido..., responde a mãe.

bye Xinha

quarta-feira, março 09, 2005

Quadro

bye Xinha

terça-feira, março 08, 2005

Um dia

Pouco tenho para dizer a quem passa e só olha,
estes olhos que se escondem, continuo em frente
como se não tivesse visto nenhum olhar,
os meus passos seguem a transparência do horizonte,
afastando as mãos a cobertura de chumbo que a tempestade
trouxe ao fim do mar.

Faça sol, chuva ou vento, nada me detém, nem sinto cansaço
e ando há horas sem parar, nem me lembro já em que dia
sai de casa e segui a estrada da esquerda, quando toda
a gente dizia: vai pela direita, que é mais plana e segura.

Sei que esta viagem ainda demora e que a glória pode nunca chegar
a estar noutro lugar do que na imaginação que guia este corpo
para frente, que é o caminho de todos os que negam as regras da banalidade
com que se diminuem as vidas, fomos feitos para andar sem parar,
mesmo que os homens pareçam intransponíveis e desolados,
não devemos nunca abdicar de um dia encontrar alguém que nos chama
e diga: os teus olhos trazem muitas viagens, senta-te e conta
todas coisas que viste e que nunca ninguém perguntou,
ao que nada dirás por serem isso as palavras, nada que os olhos
não vejam e saibam...
EMANUEL BENTO
PS: Hoje é Dia da Mulher e que bom seria ter uma em casa disposta a chupar-me até à morte...(não er aisto que eu queria dizer, vocês sabem, é só pra aborrecer)

Hoje é o Dia Internacional da Mulher

Qual a diferença entre dia internacional e dia mundial? Por que é que não é o dia mundial da mulher? Nem todos os países aceitam este dia como dia da mulher?


Meditemos um pouco sobre isso...



E agora relaaaaaaaxem....

sábado, março 05, 2005

Quarto Secreto

Bateste à porta de mansinho.

Sem que pudesse responder, foste entrando no meu quarto secreto. Olhaste em volta e os teus olhos encontraram um sofá do outro lado do quarto. Um feixe de luz descia sobre ele demarcando a sua presença no quarto secreto.

Um sofá branco, amplo e macio.

Chegando mais perto, viste a silhueta de um corpo nu, de costas, repousado languidamente, dando apenas para perceber uma linha sensual de contornos ávidos por um toque teu.

Tuas mãos percorreram mentalmente, por instantes, a linha de prazer do corpo estendido, antes de avançar para junto do sofá, para junto de mim. Sentaste-te e gentilmente virei-me para ti.

Teus olhos sorriram pela certeza da minha presença.

Passaste a tua mão ao de leve pelo meu rosto, percorrendo cada milímetro de uma face que ia denunciando as sensações que provinham do contacto entre a nossa pele.

Baixaste-te para me beijar e consegui, então, sentir o teu cheiro descendo sobre mim, confundindo os meus sentidos. Fechei os olhos para melhor sentir, para melhor absorver tudo o que vinha de ti.

Um leve roçar de lábios sequiosos fizeram nossos corpos estremecer. Todo o meu corpo inclinou-se na vontade do contacto com o teu. Prendi os teus lábios aos meus, senti a minha língua junto com a tua e os nossos sabores uniram-se.

Tuas mãos percorreram, finalmente, os contornos do meu corpo, amarrando-o entre os teus dedos para ter a certeza da materialidade daquele corpo nu.

Deixei-me envolver por um misto de sensações que me levavam a tocar-me para te sentir mais perto. Toquei-me para te chamar para mim.

Agarrei os meus cabelos para me fazer acreditar que todas aquelas sensações eram possíveis. Sendo então levada a descer até aos meus lábios humedecendo a ponta dos meus dedos. Digitais que ficaram agora marcadas pelo meu sabor, esperando que o sintas em cada recanto meu que for tocando.

Ao deixar que os meus dedos descessem um pouco mais encontrei o teu olhar, abismado com a figura que se formava à tua frente, que se tocava e se retorcia, procurando descobrir o que se seguiria, onde minhas unhas iriam roçar, onde minha pele se iria encontrar, formando assim um circulo de prazer, transmitindo sensações entre uma mesma pele que se toca, sensações que se revezam, que se confundem, que se transcendem.

Deixei-me levar por sensações nunca antes sentidas, queria continuar a tocar-me para ti, mas algo prendia os meus movimentos. Uma sensação contraditória de vontade e inibição. Estava ali completamente exposta interior e exteriormente. Vias agora as minhas pequenas imperfeições corporais e sentias no ar os meus desejos mais íntimos. Estava exposta, conhecias-me inteiramente e, no entanto, continuavas ali.

Sentia a tua presença pela tua respiração cada vez mais forte, como se respirando mais depressa, mais fundo pudesses adiantar o tempo para mais rapidamente poderes chegar até mim.

Senti vontade de parar, de abandonar aquele sofá branco, mas o meu desejo por ti fez-me ficar, fez-me querer fazer parte de ti.

A minha vontade era só desprover-te das roupas desnecessárias que envergavas... queria sentir a tua pele toda junto à minha, dando a sensação de um beijo por todo o corpo. Roupas que escondiam uma pele agora arrepiada pelo toque das minhas mãos. Mãos que deslizam, mãos que sentem, mãos que se fazem sentir...

O teu peito encostado ao meu em toda a sua pureza de sensações e sentimentos, é como um hino à beleza e à paixão. Dois corpos fundidos sob uma luz pálida, que vistos à distância parecem um só. Passaste a tua mão sob o meu cabelo, por forma de o puxar para trás. Agarraste a minha face com as duas mãos, fortes, seguras e olhaste bem fundo nos meus olhos. Viste o prazer que emanava de mim, sentiste o prazer a fluir entre nós. Um prazer ritmado, abafado com beijos que misturam sabores, doces de mel dos nossos lábios e salgados de suor da nossa pele.

Embalados ao som da música dos movimentos do nosso corpo conseguimos completar a sinfonia perfeita. Agora deitados lado a lado, nossos peitos ainda unidos pelo suor da nossa pele, repousamos e ficamos imóveis, a tentar controlar a respiração desgovernada, como se a tentar que aquele momento perdurasse para sempre.
bye Xinha

sexta-feira, março 04, 2005

Estou de volta!

Cá estou! É verdade. Ainda não morri nem tenciono fazê-lo nos proximos anos. Como uma vez escreveu o Mark Twain, foram prematuras e inverídicas as notícias que relatavam a minha morte.
É certo que não tenho escrito muito para o 100Stress, ainda que sem razão particular a não ser cansaço. Cansaço de mim sobretudo e do Mundo, um pouco, já agora.
Isto de escrever num jornal diariamente e em dois blogs mata qualquer um, basicamente é esta a razão que dou para a minha ausência.
Nos próximos dias, contudo, tenho imenso tempo livre. Aconteceu-me uma coisa boa: fui suspenso preventivamente por causar um mau ambiente de trabalho, dizem, entre outros disparates. Não sei sabiam, mas sou um NATURAL BORN KILLER e a malta mal me vê chegar à redacção foge e esconde-se debaixo das mesas, pois os meus olhos são assassinos como punhais...
Enfim, a estupidez continua a grassar no Mundo, especialmente no meio do Atlântico. Mas isso não importa agora. O que conta é que nos próximos dias tenciono vir cá escrevinhar...
EMANUEL BENTO
PS: E então o que diz a malta desta mudança de paradeiro?!